Os 5 dias pareceram mais 5 minutos.Foi tão rápido que eu mal pude acompanhar.Havia passado horas no quarto,quando não estava chorando,ou pondo todas as minhas coisas em caixas de papelão, passeava pela cidade olhando cada detalhe possível como se fosse a última vez(e não?).Para mim era extremamente difícil aceitar a ideia de que deixaria Londres.Ainda mais quando se sabe a triste verdade,sair do paraíso caminhando para a perdição.Tive que andar pela casa observando todos os móveis sendo retirados,porta-retratos sendo substituídos e o fato de que Oregon se aproximava a cada segundo.Mesmo tendo em mente que minha estadia na Inglaterra seria temporária,eu tentava imaginar que por algum milagre,meu pai precisasse ficar mais que o necessário,talvez um artefato raro pudesse ser encontrado durante a escavação e então nós acabaríamos retomando nossas vidas daqui.Mas os sonhos são para ingênuos,nada que eu tentasse faria diferença.Logo me vi de malas prontas no aeroporto,carregando mais do que simples lembranças em meu coração.Uma lágrima percorreu meu rosto passando pelo queixo e pingando no chão.Observava pela última vez,atráves das portas de vidro automáticas,a cidade da qual jamais me esqueçeria.Me assustei por um instante quando minha mãe colocou sua mão em meu ombro avisando que devíamos embarcar.Segui pelo corredor desta vez com nenhum pingo de entusiasmo.Sentei-me na poltrona e enconstei minha cabeça na janela do avião.Em pouco tempo estávamos nos ares.Não tirei os olhos da cidade nem por um segundo até que ela fosse inteiramente coberta pelas nuvens.Sentia-me tão infeliz,queria saltar da aeronave e voltar o quanto antes,tantas coisas maravilhosas haviam me acontecido,dizer Adeus jamais havia sido tão difícil.Apesar de pela primeira vez sentir falta dos amigos,das festas e de todas as emoções,tinha uma em especial que eu não conseguia esqueçer por nenhum momento. Zac.Aonde ele poderia estar?Talvez quando ele retornasse eu poderia dizer como me sentia e poderíamos tentar algo.Ou será que eu estava precipitando tudo?Será que ele voltaria mesmo?Sair do país?Uau.Eu mal o conhecia e muitos menos ele em relação à mim.Ainda mais quando se mente sobre pequenas coisas, mas por quê pensava nisso agora?Não faria diferença,pelo contrario,só atrapalharia. Passaram-se horas desde a partida,meus olhos ficaram pesados,reecostei-me no assento.Havia dormido.De repente minha mãe acordou-me,tudo estava embaçado e as luzes fortes forçavam meus cilhos fecharem. Havíamos chego.Levantei sonolenta e segui para a saída.Esperamos as bagagens saírem e então chamamos um taxí.Colocamos tudo no porta-malas e entramos.O motorista dirigia pelas ruas e locais que em meus sonhos eu jamais esperei ver novamente,era angustiante.
-Não acredito,árvores.Estou tão feliz em ver árvores enormes de novo.
Meu irmão botou a cabeça pra fora da janela do carro.Ele parecia deslumbrado com todas as "paisagens" de Oregon.E isso significava...todas mesmo.Cada...coisinha...visível.A pousada preta do século XVIII onde se vendiam vasos ornamentais de cerâmica;o shopping de estilo New England que havia sido construído enquanto estávamos fora.Até mesmo o velho e sujo Dunkin' Donuts,de vinte e cinco anos e a velha loja de papéis de presentes da senhora Millington.
-Cara,eu mal posso esperar para beber um café gelado!-David estava emocionado.
Soltei um gemido.David havia se sentido solitário em seus três anos na Inglaterra-Dizia que todos os garotos daquele país eram "uns maricas que cavalgavam em seus cavalinhos gays",eu por outro lado havia florecido lá.Um novo começo era do que eu precisava na época.Afundei ainda mais no assento, tentando não chorar,havia bancado a tola e fraca o suficiente.O taxista seguiu por mais algumas ruas e freou em frente à nossa antiga casa,que agora seria nossa nova casa.Uma caixa marrom pós-moderna e séria,com um único janelão quadrado bem no meio(uma enorme decepção depois da casa geminada londrina,azul clarinha e de frente para a água).Segui meus pais para dentro dela e fomos cuidar da vida,cada um no seu canto.Agora que estava de volta,pensava em tantas coisas ao mesmo tempo.Será que tudo voltaria a ser como antes?Ouvi David pegar o calular e ir diretamente para o quarto.Meu pai estava na cozinha,abrindo e fechando armários e reclamando baixinho.Minha mãe sentou no sofá da sala,parecia estar esgotada.Não havia mas nada para fazer ali,subi para meu quarto.Peguei meu MP4 e aumentei o volume ao máximo,atirei-me na cama.Passei o resto da noite lá,sem sair para jantar ou movimentar as pernas.Vi o vulto de minha mãe passando,ela me desejou boa-noite e fechou a porta.Somente quando ouvi o "bip" avisando que bateria estava fraca tirei os fones de ouvido.Observei o pequeno feixe de luz que vinha de baixo da porta,depois de um tempo ele se apagou e então movi minha atenção para o teto,estava escuro e ele mal podia ser visto.Olhava atentamente esperando que o sono chegasse.Demorou um pouco até que minhas pálpebras ficassem pesadas,fechei os olhos,precisava muito dormir,tinha muitas perguntas e receios e só queria que elas desaparecessem.Quando dei por mim,já estava de manhã,havia sido tão rápido.Terça-feira,tinha escola hoje,e eu não estava nem um pouco feliz com a situação,voltar a Portland High School era uma das milhares de coisas das quais eu não havia sentido falta enquanto estávamos em Londres.Só de pensar no assunto me sentia desestimulada.Levantei quase que por pressão,minha vontade era ficar o dia todo na cama,enfiada debaixo das cobertas.Tomei banho,me arrumei e desçi sem ânimo algum.Minha expressão era algo como "tédio,tédio e mais tédio...".
-Bom-dia. -Falei com voz de sono.
-Bom-dia querida. -Disse minha mãe,pondo a mesa.
-Oi mãe.E aí V,também ta animada pra ir à escola? -David entrou na cozinha todo empolgado.
...Como posso responder isso?É claro que não!Isso tudo é um pesadelo!
-Aonde está o papai? -Perguntei procurando-o pela casa.
-Ele teve que sair cedo,então hoje eu os levarei para a escola. -Minha mãe respondeu.
Sentamos e tomamos café,depois pegamos nossas coisas,entramos no carro e ela seguiu para a escola.Por mais que eu quisesse que demorasse um longo tempo até chegarmos lá,foi mais rápido do que o esperado.Eu e David descemos do carro.
-Boa-sorte!-Gritou nossa mãe.Ascenamos e ela foi embora.
-Finalmente estamos de volta. -Disse David.
-Como é? -O olhei incrédula.
-Ah,você não sentiu falta disso tudo?
-Ah...não.
-Deixa de ser careta,vamos.
Ele avistou um amigo e saiu correndo em direção a ele para provavelmente pôr o "papo" em dia.E mais uma vez eu estava sozinha.Não como em Londres,eu chegava e era abordada por muitas amigas.Mas por quê pensar nisso agora?Eu estava tentando me martilizar ainda mais?Segui pelo campus,subi as escadas e caminhei pelo corredor.Fui primeiramente a secretaria da escola,no dia anterior,meu pai havia vindo nos matricular,mas ainda faltavam alguns papéis que precisavam ser entregues no dia seguinte e já que David era totalmente irresponsável nesse ponto,eu fui encarregada de deixar os papéis lá.A moça me entregou o folheto com o cronograma de aulas.Saí da sala retornando ao corredor.De repente ouvi algo.Virei para ver o que era.
-Ei Finlândia! -Gritou uma voz desconhecida.
Um bando de garotos do time de Baskett da escola vinha andando.Era incrível como todos eles eram perfeitas cópias,um dos outros.Camisetas Nike,shorts largos e bonés virados para trás.Um deles até estava usando a mesma camiseta que Sean Faris,o cara por quem eu era apaixonada no sétimo ano costumava usar.Até que dei uma olhada para o cabelo castanho claro e meio ondulado dele.Será que...era...ele?Ah,Deus,era.Que patético,a mesma camiseta de antes.Provavelmente era para ter sorte ou por algum outro tipo de surpestição idiota de jogador.E para piorar ele estava vindo,correndo em minha direção.
-Oi. -Ele disse.
-Oi. -Acenei com a cabeça e continuei andando.
-Você é a garota que voltou da Finlândia né?Irmã do David? -Ele perguntou,emparelhando comigo.
-Hum..é -Disse confusa.Foi perto o suficiente para alguém como ele.
-Legal,que tal vir ao nosso treino de Baskett hoje a tarde?
-Acho que não,por que eu deveria assitir?
-Bom,nós jogamos bem,no último jogo eu fiz três cestas.
-Que bom para você. -Meu rosto continuava impassível.Eu deveria ter ficado impressionada?
Continuei andando pelo corredor,com o qual eu tinha pesadelos as vezes,quando estava em Londres.Acima de mim,o mesmo teto abobado e cor de casca de ovo.Abaixo,o mesmo chão de madeira de fazenda.À minha direita estavam as mesmas fotos emolduradas dos antigos alunos de sempre e,à minha esquerda estavam incongruentes armários de metal com cadeados.Até mesmo a música era igual,a Abertura de B26,de 1812,tocava no sistema de auto-falantes,a escola exibia clássicos entre as aulas,pois eram "mentalmente estimulantes".As mesmas pessoas que eu sempre via antigamente,passavam,e todas me olhavam discretamente.Quase desconfiei de que poderia ter algo preso em meus dentes ou talvez eu tivesse esqueçido de pôr as calças.Algo me fez "acordar".
-E então,qual sua primeira aula? -Perguntou Sean,ainda me acompanhando.O olhei surpresa por ainda estar ali e,depois para o folheto com os horários.
-Literatura. -Respondi.
-Eu também. -Ele disse entusiasmado.
-A senhorita Willer ainda leciona aqui?O espaço aonde deveria ficar o nome do professor está em branco.
-Não.Ela pediu demissão.Disseram que terá uma nova professora.
-Ah,ela é boa?
-Sei lá.Pelo que eu soube ela tem duas faculdades e terminou o mestrado a pouco tempo.
Eu o observei desconfiada,desde quando Sean Faris ligava para as credenciais de uma professora?Viramos o corredor e entramos na sala.
-Ei,ouvi dizer que ela tem uma bolsa para alunos super dotados.Quem sabe você não entra de primeria hoje?
-Por quê diz isso?
-Na Inglaterra eles não tem aquelas aulas avançadas?
-Hum...ja.
O quê é isso?Um murmúrio sensual em finlandês?
Revirei os olhos,"ja" era uma expressão finlandesa que os londrinos usavam e queria dizer sim,mas claro que ele não saberia disso.Desabei na primeira carteira que vi.Abaixei a cabeça e respirei profundamente para me acalmar."O inferno são os outros",cantarolei.Era minha citação favorita do filósofo francês Jean-Paul Sartre e um mantra perfeito para Portland.Balançei para frente e para trás por alguns segundos,de um jeito meio maluco.A única coisa que fazia eu me sentir melhor era a lembrança de Zac,o cara do Snooker's.No bar,Zac havia me seguido até o banheiro,agarrado meu rosto e me beijado.Nossos lábios encaixavam-se perfeitamente,não havíamos batido os dentes um no outro nenhuma só vez.As mãos dele haviam dançado sobre minhas costas,querendo admitir ou não, havíamos tido uma conexão.Alguns podem pensar que só nossas línguas se conectaram,mas,eu sabia que havia acontecido mais ali.Me sentia tão encantada pensando sobre aquela tarde que,eu acabei escrevendo um haicai,estes eram meus tipos favoritos de poema.Mas nada importava,eu jamais o veria de novo.Dei um suspiro sofrido.Olhei em volta,o lugar cheirava a livros e desinfetante.As enormes janelas envidraçadas davam para o gramado do sul da propriedade da escola e para além disso,podia-se ver as colinas verdes e onduladas.Algumas árvores estavam ficando amareladas e alaranjadas.Havia um enorme pôster com dizeres shakesperianos perto do quadro negro e um adesivo que dizia "pessoas más são um pé no saco",que alguém colara na parede.Parecia que o zelador tinha tentado raspá-lo dali,mas desistira no meio do caminho.Finalmente a porta se abriu,a coordenadora entrou.
-Bom-dia alunos.Gostaria de lhes apresentar seu novo professor de Literatura.
-Professor? -Olhei para Sean.
-Eu não confirmei nada,só disse o que tinha ouvido. -Ele me respondeu.
Por quê fui acreditar nele?O cara provavelmente seria um bêbado que enrolaria durante a aula inteira e quando sobrasse tempo,cantaria todas as alunas.Abaixei a cabeça.Se eu tinha alguma perspectiva sobre aquela matéria,acabava de perdê-la.Ouvi a porta fechar e também ouvi passos,o professor provavelmente estaria agora mesmo,sentado na cadeira,dormindo por causa da ressaca do final de semana.Pude ouvir a voz de Sean me chamando baixinho."Vanessa,levanta logo antes que ele veja você!" "Rápido!".Ele provavelmente nem havia me notado.Mas para minha surpresa,não foi o que aconteceu.
-Desculpe,mas você está numa sala de aula,se quiser dormir melhor ir para casa.
Levantei a cabeça.O professor estava agora de costas para a turma,escrevendo seu nome no quadro.Ele segurava um papel com a insígnia de Portland no topo.De costas,parecia bem jovem. Algumas outras meninas da classe lhe deram um olhar apreciativo e malicioso,conforme elas iam encontrando um lugar para sentar,uma delas até assobiou.
-Eu sei que eu sou o cara novo -disse ele,escrevendo "professor de Literatura" abaixo de seu nome,que ainda não era possível de ser visto- mas recebi esse comunicado da coordenação.Que diz que é proibido dormir na classe. -E então ele se virou.O comunicado saiu voando de sua mão até o chão de linóleo.Imediatamente senti minha boca secar.Meu coração bateu mais forte.Minhas mãos ficaram geladas.Meus olhos se arregalaram.Fiquei totalmente imóvel.De pé,diante da classe,estava Zac.O meu Zac,parecendo adorável,usando uma gravata e blazer de Portland com o cabelo bem-penteado,os botões corretamente abotoados e uma pasta de couro com o planejamento das aulas debaixo do braço esquerdo.De pé,ao lado do quadro negro,e escrevendo"Sr.Efron,professor de Literatura".Ele me olhou e seu rosto perdeu a cor.Sua expressão era chocante.Ele balbuciou algo.
-Merda.
Para piorar,toda a classe se virou para ver quem ele estava olhando.Eu não queria mais olhar para eles,então olhei para baixo.Apesar de nós estarmos,os dois,totalmente pasmos,nossos pensamentos com certeza eram os mesmos.
....Ah,meu Deus...
Por Deus,o quê o Zac ta fazendo ali?Como ele foi para ali?Qual será a reação da Vanessa quanto a isso?E os dois?Como poderão manter o relacionamento agora?O quê vai acontecer?
...Estas e outras perguntas serão respondidas no capitulo 4,NÃO PERCA!!!
-Não acredito,árvores.Estou tão feliz em ver árvores enormes de novo.
Meu irmão botou a cabeça pra fora da janela do carro.Ele parecia deslumbrado com todas as "paisagens" de Oregon.E isso significava...todas mesmo.Cada...coisinha...visível.A pousada preta do século XVIII onde se vendiam vasos ornamentais de cerâmica;o shopping de estilo New England que havia sido construído enquanto estávamos fora.Até mesmo o velho e sujo Dunkin' Donuts,de vinte e cinco anos e a velha loja de papéis de presentes da senhora Millington.
-Cara,eu mal posso esperar para beber um café gelado!-David estava emocionado.
Soltei um gemido.David havia se sentido solitário em seus três anos na Inglaterra-Dizia que todos os garotos daquele país eram "uns maricas que cavalgavam em seus cavalinhos gays",eu por outro lado havia florecido lá.Um novo começo era do que eu precisava na época.Afundei ainda mais no assento, tentando não chorar,havia bancado a tola e fraca o suficiente.O taxista seguiu por mais algumas ruas e freou em frente à nossa antiga casa,que agora seria nossa nova casa.Uma caixa marrom pós-moderna e séria,com um único janelão quadrado bem no meio(uma enorme decepção depois da casa geminada londrina,azul clarinha e de frente para a água).Segui meus pais para dentro dela e fomos cuidar da vida,cada um no seu canto.Agora que estava de volta,pensava em tantas coisas ao mesmo tempo.Será que tudo voltaria a ser como antes?Ouvi David pegar o calular e ir diretamente para o quarto.Meu pai estava na cozinha,abrindo e fechando armários e reclamando baixinho.Minha mãe sentou no sofá da sala,parecia estar esgotada.Não havia mas nada para fazer ali,subi para meu quarto.Peguei meu MP4 e aumentei o volume ao máximo,atirei-me na cama.Passei o resto da noite lá,sem sair para jantar ou movimentar as pernas.Vi o vulto de minha mãe passando,ela me desejou boa-noite e fechou a porta.Somente quando ouvi o "bip" avisando que bateria estava fraca tirei os fones de ouvido.Observei o pequeno feixe de luz que vinha de baixo da porta,depois de um tempo ele se apagou e então movi minha atenção para o teto,estava escuro e ele mal podia ser visto.Olhava atentamente esperando que o sono chegasse.Demorou um pouco até que minhas pálpebras ficassem pesadas,fechei os olhos,precisava muito dormir,tinha muitas perguntas e receios e só queria que elas desaparecessem.Quando dei por mim,já estava de manhã,havia sido tão rápido.Terça-feira,tinha escola hoje,e eu não estava nem um pouco feliz com a situação,voltar a Portland High School era uma das milhares de coisas das quais eu não havia sentido falta enquanto estávamos em Londres.Só de pensar no assunto me sentia desestimulada.Levantei quase que por pressão,minha vontade era ficar o dia todo na cama,enfiada debaixo das cobertas.Tomei banho,me arrumei e desçi sem ânimo algum.Minha expressão era algo como "tédio,tédio e mais tédio...".
-Bom-dia. -Falei com voz de sono.
-Bom-dia querida. -Disse minha mãe,pondo a mesa.
-Oi mãe.E aí V,também ta animada pra ir à escola? -David entrou na cozinha todo empolgado.
...Como posso responder isso?É claro que não!Isso tudo é um pesadelo!
-Aonde está o papai? -Perguntei procurando-o pela casa.
-Ele teve que sair cedo,então hoje eu os levarei para a escola. -Minha mãe respondeu.
Sentamos e tomamos café,depois pegamos nossas coisas,entramos no carro e ela seguiu para a escola.Por mais que eu quisesse que demorasse um longo tempo até chegarmos lá,foi mais rápido do que o esperado.Eu e David descemos do carro.
-Boa-sorte!-Gritou nossa mãe.Ascenamos e ela foi embora.
-Finalmente estamos de volta. -Disse David.
-Como é? -O olhei incrédula.
-Ah,você não sentiu falta disso tudo?
-Ah...não.
-Deixa de ser careta,vamos.
Ele avistou um amigo e saiu correndo em direção a ele para provavelmente pôr o "papo" em dia.E mais uma vez eu estava sozinha.Não como em Londres,eu chegava e era abordada por muitas amigas.Mas por quê pensar nisso agora?Eu estava tentando me martilizar ainda mais?Segui pelo campus,subi as escadas e caminhei pelo corredor.Fui primeiramente a secretaria da escola,no dia anterior,meu pai havia vindo nos matricular,mas ainda faltavam alguns papéis que precisavam ser entregues no dia seguinte e já que David era totalmente irresponsável nesse ponto,eu fui encarregada de deixar os papéis lá.A moça me entregou o folheto com o cronograma de aulas.Saí da sala retornando ao corredor.De repente ouvi algo.Virei para ver o que era.
-Ei Finlândia! -Gritou uma voz desconhecida.
Um bando de garotos do time de Baskett da escola vinha andando.Era incrível como todos eles eram perfeitas cópias,um dos outros.Camisetas Nike,shorts largos e bonés virados para trás.Um deles até estava usando a mesma camiseta que Sean Faris,o cara por quem eu era apaixonada no sétimo ano costumava usar.Até que dei uma olhada para o cabelo castanho claro e meio ondulado dele.Será que...era...ele?Ah,Deus,era.Que patético,a mesma camiseta de antes.Provavelmente era para ter sorte ou por algum outro tipo de surpestição idiota de jogador.E para piorar ele estava vindo,correndo em minha direção.
-Oi. -Ele disse.
-Oi. -Acenei com a cabeça e continuei andando.
-Você é a garota que voltou da Finlândia né?Irmã do David? -Ele perguntou,emparelhando comigo.
-Hum..é -Disse confusa.Foi perto o suficiente para alguém como ele.
-Legal,que tal vir ao nosso treino de Baskett hoje a tarde?
-Acho que não,por que eu deveria assitir?
-Bom,nós jogamos bem,no último jogo eu fiz três cestas.
-Que bom para você. -Meu rosto continuava impassível.Eu deveria ter ficado impressionada?
Continuei andando pelo corredor,com o qual eu tinha pesadelos as vezes,quando estava em Londres.Acima de mim,o mesmo teto abobado e cor de casca de ovo.Abaixo,o mesmo chão de madeira de fazenda.À minha direita estavam as mesmas fotos emolduradas dos antigos alunos de sempre e,à minha esquerda estavam incongruentes armários de metal com cadeados.Até mesmo a música era igual,a Abertura de B26,de 1812,tocava no sistema de auto-falantes,a escola exibia clássicos entre as aulas,pois eram "mentalmente estimulantes".As mesmas pessoas que eu sempre via antigamente,passavam,e todas me olhavam discretamente.Quase desconfiei de que poderia ter algo preso em meus dentes ou talvez eu tivesse esqueçido de pôr as calças.Algo me fez "acordar".
-E então,qual sua primeira aula? -Perguntou Sean,ainda me acompanhando.O olhei surpresa por ainda estar ali e,depois para o folheto com os horários.
-Literatura. -Respondi.
-Eu também. -Ele disse entusiasmado.
-A senhorita Willer ainda leciona aqui?O espaço aonde deveria ficar o nome do professor está em branco.
-Não.Ela pediu demissão.Disseram que terá uma nova professora.
-Ah,ela é boa?
-Sei lá.Pelo que eu soube ela tem duas faculdades e terminou o mestrado a pouco tempo.
Eu o observei desconfiada,desde quando Sean Faris ligava para as credenciais de uma professora?Viramos o corredor e entramos na sala.
-Ei,ouvi dizer que ela tem uma bolsa para alunos super dotados.Quem sabe você não entra de primeria hoje?
-Por quê diz isso?
-Na Inglaterra eles não tem aquelas aulas avançadas?
-Hum...ja.
O quê é isso?Um murmúrio sensual em finlandês?
Revirei os olhos,"ja" era uma expressão finlandesa que os londrinos usavam e queria dizer sim,mas claro que ele não saberia disso.Desabei na primeira carteira que vi.Abaixei a cabeça e respirei profundamente para me acalmar."O inferno são os outros",cantarolei.Era minha citação favorita do filósofo francês Jean-Paul Sartre e um mantra perfeito para Portland.Balançei para frente e para trás por alguns segundos,de um jeito meio maluco.A única coisa que fazia eu me sentir melhor era a lembrança de Zac,o cara do Snooker's.No bar,Zac havia me seguido até o banheiro,agarrado meu rosto e me beijado.Nossos lábios encaixavam-se perfeitamente,não havíamos batido os dentes um no outro nenhuma só vez.As mãos dele haviam dançado sobre minhas costas,querendo admitir ou não, havíamos tido uma conexão.Alguns podem pensar que só nossas línguas se conectaram,mas,eu sabia que havia acontecido mais ali.Me sentia tão encantada pensando sobre aquela tarde que,eu acabei escrevendo um haicai,estes eram meus tipos favoritos de poema.Mas nada importava,eu jamais o veria de novo.Dei um suspiro sofrido.Olhei em volta,o lugar cheirava a livros e desinfetante.As enormes janelas envidraçadas davam para o gramado do sul da propriedade da escola e para além disso,podia-se ver as colinas verdes e onduladas.Algumas árvores estavam ficando amareladas e alaranjadas.Havia um enorme pôster com dizeres shakesperianos perto do quadro negro e um adesivo que dizia "pessoas más são um pé no saco",que alguém colara na parede.Parecia que o zelador tinha tentado raspá-lo dali,mas desistira no meio do caminho.Finalmente a porta se abriu,a coordenadora entrou.
-Bom-dia alunos.Gostaria de lhes apresentar seu novo professor de Literatura.
-Professor? -Olhei para Sean.
-Eu não confirmei nada,só disse o que tinha ouvido. -Ele me respondeu.
Por quê fui acreditar nele?O cara provavelmente seria um bêbado que enrolaria durante a aula inteira e quando sobrasse tempo,cantaria todas as alunas.Abaixei a cabeça.Se eu tinha alguma perspectiva sobre aquela matéria,acabava de perdê-la.Ouvi a porta fechar e também ouvi passos,o professor provavelmente estaria agora mesmo,sentado na cadeira,dormindo por causa da ressaca do final de semana.Pude ouvir a voz de Sean me chamando baixinho."Vanessa,levanta logo antes que ele veja você!" "Rápido!".Ele provavelmente nem havia me notado.Mas para minha surpresa,não foi o que aconteceu.
-Desculpe,mas você está numa sala de aula,se quiser dormir melhor ir para casa.
Levantei a cabeça.O professor estava agora de costas para a turma,escrevendo seu nome no quadro.Ele segurava um papel com a insígnia de Portland no topo.De costas,parecia bem jovem. Algumas outras meninas da classe lhe deram um olhar apreciativo e malicioso,conforme elas iam encontrando um lugar para sentar,uma delas até assobiou.
-Eu sei que eu sou o cara novo -disse ele,escrevendo "professor de Literatura" abaixo de seu nome,que ainda não era possível de ser visto- mas recebi esse comunicado da coordenação.Que diz que é proibido dormir na classe. -E então ele se virou.O comunicado saiu voando de sua mão até o chão de linóleo.Imediatamente senti minha boca secar.Meu coração bateu mais forte.Minhas mãos ficaram geladas.Meus olhos se arregalaram.Fiquei totalmente imóvel.De pé,diante da classe,estava Zac.O meu Zac,parecendo adorável,usando uma gravata e blazer de Portland com o cabelo bem-penteado,os botões corretamente abotoados e uma pasta de couro com o planejamento das aulas debaixo do braço esquerdo.De pé,ao lado do quadro negro,e escrevendo"Sr.Efron,professor de Literatura".Ele me olhou e seu rosto perdeu a cor.Sua expressão era chocante.Ele balbuciou algo.
-Merda.
Para piorar,toda a classe se virou para ver quem ele estava olhando.Eu não queria mais olhar para eles,então olhei para baixo.Apesar de nós estarmos,os dois,totalmente pasmos,nossos pensamentos com certeza eram os mesmos.
....Ah,meu Deus...
Por Deus,o quê o Zac ta fazendo ali?Como ele foi para ali?Qual será a reação da Vanessa quanto a isso?E os dois?Como poderão manter o relacionamento agora?O quê vai acontecer?
...Estas e outras perguntas serão respondidas no capitulo 4,NÃO PERCA!!!
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Olha antes que vcs comecem a me estrangular por terminar o capitulo aqui,justamente aqui...kkk...ñ foi culpa minha.Agora eu tenho horário no PC e ele acaba de terminar.Então,culpem minha mãe,não eu.Postarei o capitulo 4 assim que puder,mas já estou até com medo de prometer as coisas aqui no blog pq sempre da algo errado.Da outra vez foi por causa das minhas provas,graças a Deus passei em tudo.Mas desta vez foi algo bem mas sério.Eu sofri um acidente,mas não vou dar detalhes e nem me aprofundar no assunto pois quero esquecer oq ouve.Mas não se preocupem q eu já estou muuuito melhor,não teve nenhuma consequência grave,nem complicações,amém!Caso contrário,eu não estaria aqui postando não é mesmo?Mas é extremamente gratificante para mim ver q vcs continuam acompanhando o blog,e é isso q me motiva a continuar escrevendo não deixando de postar apesar dos vários problemas,além do mais,todos temos problemas não estou certa?Desistir por um obstáculo só te faz ser um fraco e por isso eu vou continuar,espero que ainda tenha sobrado algum leitor kkkkk...Bom,então é isso,agradeço a todos pela paciência e espero q todos se divirtam lendo a história,fiz um capitulo super especial para compensar a demora.Beijos,tchau!
Repondendo aos comentários~>
Margarida:Obrigada amr,espere pelo próximo.Aguardo seu comentário! ;)
Margarida de Oliveira:E mais uma vez vc enche a minha bola,tô te avisando q meu Ego é enorme run...escute a voz da experiência! kkkk...Muita obrigada,vc está sempre aki comentando e eu agradeço muito por isso.Não me acho a pessoa mais profunda do mundo mas quando começo a escrever não consigo mais parar..tenso#...Espero q goste do capitulo!
.Taty':Com certeza,mentira tem perna curta e a Vany só se deu mal com isso kkkk,mas agora ela realmente se ferrou.Logo quem é o professor dela,meu pai,até eu tô imaginando como tirá-la dessa fria,tadinha.Obrigada pelo comentário,te espero nesse post e no próximo tbm. :*
L♥:Realmente,exageraram pra valer e olha q pareciam ser os mais calmos do mundo não?kkk Ah,sinto muito,mas um dia vc ainda vê a Vany,visite Portland,tem uma sociedade secreta de bruxos aqui tbm,lançarei um dos meus feitiços lá vai...salário monetário,eu quero seu comentário!kkk,q horror!!!,Mas bom,ainda estou me aperfeiçoando,dê um desconto.Bjks,espero q goste do post.
.Paula: AAAAAAA,temos mesmo q arranjar outro meio de começar um comentário né?Só na base do grito não da.kkkk.Te adoro metadinha,brigado por comentar.Pois é mesmo uma pena ela não ter conseguido se despedir,mas tbm,ele saiu do país...fazer oq?Q bom q eles se reencontraram,pena q de uma forma não esperada e traumatizante kkkk.Como será q ele foi para lá?Quer saber?Então espera HAHAHAHA ñ conto! kkkk,até o capitulo 4 amore,beijos!
.Obs:Lary,obrigada pela indicação de mais um selinho de qualidade.Nuss,super feliz!Nesse post não pude fazê-lo mas no próximo pode deixar q ele vai estar aqui.
cap muito bom
ResponderExcluire agora como vai ficar a situação da van com o zac:)
Posta Logooooooooooooooooooooooooooooooooo
bjss
OIi meu bebê...
ResponderExcluirLi a fic...Que linda *_*
Tão perfeita Bells(toh tirando onda)
Ai amigaaa, que fic linda!
Também tenho uma fic Aluna/Professor
Que que a V vai fazer?? O.O
Beijos amore
Capítulo, assim tipo, mais que perfeito, ao contrario do que dizem a perfeição existe, e uma delas é a tua história. Essa parte de Vanessa dar com os pés a esse rapaz a quem dantes era capaz de lamber as botas foi muito boa, dantes não lhe ligava nenhuma e agora que estava diferente é que se atira a ela, os homens pronto alguns homens poderiam, ser mais previsíveis? O que vale é que está Vanessa parece ter um bom grau de inteligência, e estou muito curiosa para o próximo capítulo, como todas as outras leitoras e estarão. E não te preocupes, a quem demore mais a postar, e a tua história é tão boa, quem deixaria de ler? E tens razão problemas todos temos, ainda bem que não contaste o teu senão tornaria se mais interessante que a história "estou a trincar" O que eu quero dizer, é que demoraste a postar, mas pelo menos para mim, não á problema ;)
ResponderExcluirOMG!OMG!OMG!OMG!OMG!OMG!OMG!OMG!OMG
ResponderExcluirPronto encontrei outro meio de começar um comentário!kkkkkkk
Nossa amorê como vc para na melhor parte?Putz tô super anciosa pra ver como que vai ficar essa situação!
O cap ficou perfeito como sempre!
Amei amei amei
Nossa!Toda vez que vou falar com vc no msn a net cai ou então eu tô no msn pelo celular!
É difícil!kkkk
Posta logo
Bjos metadinha
OMG!!
ResponderExcluirEsse cap foi incrivel
Comecei a ler a sua fic agora
Estava super ansiosa para o proximo
Vivia entrado aqui ppra ver se tinha poste =)
Naum se preocupe
Todos nos temos problemas e obstacúlos na vida
E pelo q vejo vc já superou esse
Ainda bem
Mais voltando pro cap
Como vc me acaba bem nessa parte?????
To louca pra sabem o q vai acontecer
Posta logo tá
Kisses
Lindo, lindo, lindo! Nossa que choque heim? POste logo
ResponderExcluirAmiga eu já me formei em hogwarts, #souinteligente KKK
lindo capitulo bjs
Vc ganhou alguns selinhos de qualidade!
ResponderExcluirPasse lá para entender como funciona!
http://wwwpaulateenagedream.blogspot.com/2011/08/selinhos.html
Bjos amorê