terça-feira, 26 de julho de 2011

Capitulo 2

-Até que enfim! -Disse David enraivecido entrando no carro.
    Eu apenas revirei os olhos.Se começasse a falar não ia mais parar.Eu havia acelerado o quanto podia para chegar o mais rápido possível. Assim  que parei  em frente ao prédio ele estava no maior papo com uma garota.Então por quê ele estava tão chateado?Se alguém deveria estar brava esse alguém era eu. Tive que deixar o cara dos meus sonhos(Eu nunca havia sonhado com esse tipo de coisa mas se tivesse,com certeza ele seria parecido com Zac) plantado no estacionamento do Snooker's por causa do meu irmão.Nem consegui conversar com ele tanto quanto queria.Havia tantas perguntas que eu gostaria de ter feito.Talvez pudéssemos ter saído para algum outro canto.Ou apenas nos beijado conversado mais.Por todo o caminho de volta,ele ficou reclamando enquanto eu tentava ignorá-lo.Quando estacionei na garagem ele saiu e bateu a porta com força.O único motivo pelo qual ele permaneceu na sala foi nossos pais.Os dois estavam parados como estátuas em pé e nos ordenaram quase que ao mesmo tempo"sentem-se!".Eu estava chocada.Por toda vida eles foram calmos e relevantes,algumas vezes mais que o necessário.E então eram o senhor e a senhora caras feias?Fizemos o que pediram.E então, começou o que mais parecia um episódio de C.S.I do que uma conversa.
-Aonde vocês estavam?Já são quase nove horas.-Falou mamãe num tom severo.
-Por quê não perguntam a Vanessa?Se eu me atrasei foi por culpa dela. -Respondeu David. 
   Naquele momento minha expressão era algo como "quero fuzilar você com os olhos".
-Vanessa,eu disse claramente à você que depois de deixar David no curso deveria voltar para casa ou esperá-lo lá até o fim da aula. -Disse mamãe.
-Sei disso. -Respondi um pouco tensa.
-Bom,então aonde estava? -Perguntou papai.
-É Vanessa,aonde estava?-Disse David com desdém e sarcasmo.
   Aonde estão as bombas nucleares portáteis quando precisamos delas?
-Bom,eu saí pra comer um lanche e perdi a hora,só isso. -Disse rapidamente.
-Em que lanchonete você foi? -Perguntou mamãe desconfiada.
-Na Sweet's.Carolyn e Jennett me encontraram lá e nós conversamos muito,por isso perdi a hora. 
-Mesmo?Porque Jennett e Carolyn ligaram agora pouco.
-Sério?O quê elas queriam? - Disse entusiasmada. 
-Estavam no shopping,parece que passaram a tarde toda lá e perguntaram se você podia ir também. 
    Meu rosto perdeu a cor.Eu não esperava por isso.David tentou conter o riso.
-Não minta para mim Vanessa,vou perguntar mais uma vez,aonde você estava? -Disse mamãe.
-E-Eu...fui...ao Snooker's. -Disse por fim.
-O quê? -Ela parecia surpresa-Você foi aquele bar perto da Brunel?
-Sim,mas acalmem-se,eu não bebi nada. -Não era uma completa mentira,eu tinha dado um gole no uísque e cuspido tudo na mesma hora-Eu apenas pedi um café.
-E o pedido demorou tanto tempo assim? -Disse papai.
   Meu Deus,quantas outras explicações eu ainda deveria dar?Seria melhor contar toda a verdade de uma vez,mamãe eu experimentei um pouco de uísque e flertei com um cara lindo no banheiro feminino,é com certeza essa não era uma opção.
-Pra falar a verdade sim,eu já estava quase desistindo d...
-Estranho,eu sempre ouvi dizer que às tardes,o Snooker's ficava pouco lotado. -Disse mamãe.
-Tudo bem,já chega!-Eu precisava acabar com aquilo tudo-Talvez não estivesse tão lotado mas já pensaram na possibilidade de eu ter ficado um pouco mais lá?Estou me sentindo num interrogatório.O quê tem demais?Tudo bem eu que eu tenha me atrasado mas nem foi tanto assim,o trânsito também estava muito ruim e não se esqueçam que eu não tenho tanta prática no volante assim,tinha um pouco de medo de ir depressa.Além disso vocês nunca se atrasaram em nada na vida?Aonde estão os pais compreensíveis e com total confiança em seus filhos?Que droga!
   Bom,finalmente disse tudo que queria,não estava mais aguentando tantas perguntas.E agora,duas palavras:Estou ferrada.
-Eu posso ir? -Disse David.
-Sim. -Disse papai.
    Ele subiu para o quarto.E agora era minha vez,um castigo daqueles.Jamais havia dito algo assim para  eles.Uma parte de mim até se sentia mau por ter dito aquilo,mas outra parte sentia-se aliviada.
-Desculpem,eu só estou meio cansada.
-Castigo.Duas semanas.Sem festas,amigos ou encontros. -Disse papai.
-Mas... -Tentei convencê-los do contrário porém não me deixaram terminar.
-Já pode ir agora. -Mamãe respondeu.
    Levantei e segui em direção até o quarto,poderia ser pior.
-Ah,e nada de celular. -Papai falou.
-O quê? -Disse incrédula.
     Isso já é demais.Eu havia cometido um crime por acaso?Quase senti  falta dos pais psicólogos.
-Eu roubei um banco? -Disse insistente.
-Ouviu seu pai.Entregue. -Disse mamãe.
 Revirei os olhos e dei o celular a eles.Depois subi para o quarto.Quando meus pais haviam sido substituídos?Parecia impossível que aqueles dois adultos na sala fossem minha mãe e meu pai.No turbilhão de emoções em que  estava nem percebi meu irmão na porta.
-Snooker's? -Disse ele.
  Eu me assustei na hora mas depois acalmei.
-O quê você quer? -Perguntei.
-Quantas bebidas você tomou?Ou será que depois da primeira você já desmaiou? -Disse rindo.
   Em um mundo paralelo eu poderia tê-lo ignorado e voltado aos meus pensamentos mas esse não era o caso.Peguei o travesseiro da cama e o atirei contra ele.Fazendo-o fechar a porta.Joguei-me na cama outra vez.Até lembrar de algo que me fez dar um pulo.Zac.E agora?Meus pais estavam com meu telefone.Como eu falaria com ele?Ele já havia me ligado?Eu precisava saber.Precisava conversar com ele.Nem que por um segundo.Esperei até todos irem para seus quartos e então desci as escadas em direção a sala.Lá estava ele,em cima do balcão.Porém quando o abri não havia nenhuma mensagem ou telefonema.Talvez meus pais tivessem tirado o lembrete da tela.Conferi eu mesma então a caixa de entrada mas não tinha nenhuma mensagem nova.As chamadas perdidas também não mostravam nada. Será que ele havia se esquecido?Era possível?Talvez ele fosse um cara ocupado.Ou então ele apenas tivesse perdido o interesse.Afinal ficamos juntos por muito pouco tempo.O quê eu queria?Amor à primeira vista?De repente tudo pareceu uma completa idiotice.Me senti uma garota imatura e tola,eu estava sentindo a velha Vanessa clamando para sair,enquanto eu tentava enterrá-la.Foi então que "acordei",interrompida por uma luz acesa,parada em minha frente,estava mamãe.
-O quê pensa que está fazendo?Esqueceu do castigo? -Ela disse.
-Não,eu...ouvi ele tocando mas foi engano. -Falei esperando que acreditasse.
-Sei,devolva.E volte para cama. - Ela estendeu a mão.
-Sim mãe. -Entreguei-lhe  e caminhei de volta.
    Havia sido por pouco.Bom,então no fim das contas havia sido tudo uma completa perda de tempo. Mas ainda não estava resolvido.Precisava tirar à prova.Peguei meu laptop.O quê seria de nós sem o Google?O nome Zackary Efron foi um dos primeiros resultados obtidos.Ele morava no Vallêncie,um enorme apartamento que ficava perto da avenida principal.Não era muito distante.Isto quer dizer,que talvez ele encontre mais do que sua correspondência da próxima vez que abrir a porta.Na manhã seguinte acordei cedo.Precisava falar com ele.Havia refletido muito à noite.E me dei conta de que não era apenas uma adolescente à procura de experiências com homens mais velhos (Nem tão velhos assim). E por mais que tentasse negar tínhamos mesmo tido alguma coisa.Estava tão determinada que assim que levantei,vesti-me e saí em direção à porta.Abri a garagem com o máximo cuidado e demorei quase um século até criar coragem suficiente para ligar o carro.Engatei o freio de mão.Passei a marcha.Meu coração estava para saltar da boca.De todas as coisas imprudentes que  eu já havia feito,essa era a pior. Eu realmente não sabia se seria capaz de fazer tal coisa mas fiz.Minha única salvação era imaginar que meus pais iriam acordar tarde e que o carro estaria de volta na garagem são e salvo.Eu teria até tempo de preparar o café e diria "Bom-dia dorminhocos".Quem sabe eles não devolveriam meu celular e retirassem o castigo?Deixei esses pensamentos tomarem conta de mim,desta forma não daria meia-volta e rezaria para que viaturas da polícia não estivessem preenchendo o boletim de ocorrência.Não demorou muito,já avistava o apartamento.Estacionei e me dirigi até a recepção.
-Bom-dia o quê posso  fazer por você? -Perguntou um senhor sorridente do balcão.
-Olá,eu gostaria de falar com Zackary Efron,ele está? -Perguntei apreensiva.
-Oh,o senhor Efron saiu daqui ainda de madrugada. -Ele respondeu. 
-Ah,entendo.Mas você sabe me dizer quando ele retorna? -Disse esperançosa.
-Retornar?Não meu bem.Ele se mudou do prédio entende?Na verdade,ele se mudou do país. -Disse.
  O quê?Do país?Mas que tipo de pessoa flerta com outra para se mudar do país no dia seguinte?Por quê ele não havia me dito nada?Bom,vai ver foi porque eu saí do bar feito uma doida.Ah,David,a culpa era toda dele.Eu estava tão confusa que nem sequer tive reação.Saí da recepção apressadamente.Não estava mas entendendo coisa alguma.Pisei no acelerador.Tinha de chegar em casa o quanto antes.Não cedi o pé nem um minuto,até avistá-la.Abri a garagem.Coloquei o carro para dentro.Botei as chaves no lugar.Entrei fechando a porta vagarosamente.Passei pela cozinha quase que na ponta dos pés.Até que...
-Bom-dia Vanessa. -Disse papai.
    ...Dancei...
-Aonde você estava? -Ele perguntou.Isso já estava perdendo a graça.
-Eu,fui a praia.Só por uns instantes. -Disse.
-E que hora mais oportuna para isso do que às 07:15 da manhã.
-Bom...me desculpem.Não vai acontecer de novo -Respondi.
-Não vai mesmo por quê agora você está proibida de sair de casa. -Mamãe afirmou.
-O quê?Por quê não podem esquecer isso e apenas confiar em mim? -Retruquei.
-Ah,nós confiamos. -Ela falou.
-Então passem a demonstrar -Disse.
-Para que em retribuição você continue mentindo e saindo de casa sem que ninguém veja? -Papai intrometeu-se.
-Eu sei que não tenho dado muito crédito a isso mas agora é sério. -Insisti.
-Sinto muito Vanessa,achamos que Londres ajudaria todos nós mas agora não tenho tanta certeza. 
     Papai parecia confuso,como se estivesse escondendo algo.
-O quê quer dizer? -Perguntei.
-Nós,não íamos contar a você isso agora mas... -Ele olhou para mamãe.
-Mas...? -Aguardei uma resposta.
-O meu período de licença aqui na Inglaterra acabou. -Papai respondeu.
-Ainda não entendi. -Esperava que não fosse o quê estava pensando.
-Quer dizer que o documentário acabou e que voltaremos para Oregon. -Mamãe explicou.
     Meu Deus,não.Eu sabia que não seria para sempre,mas,apenas imaginava que demoraria mas algum tempo até que a notícia chegasse.
-Quando? -Disse quase que chorando.
-Daqui a poucos dias. -Mamãe respondeu.
-Quantos dias?! -Gritei sem perceber.
-Daqui a 5 dias. -Ela falou.
-E quando pretendiam nos contar?Um dia antes? -Perguntei irritada.
-No jantar. -Papai respondeu.
   Saí da sala indo direto para meu quarto.Tranquei a porta e caí na cama.Para completar minha tragédia,as lágrimas caíram.Catherine estava na prateleira de cima peguei e segurei-a por um instante. Assustei-me e então a coloquei no lugar.Céus,a regressão começava.


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Esse foi o capitulo de hoje.Peço desculpas pela demora da postagem mas eu tinhas muitos trabalhos,até que enfim acabaram.Relaxem,as postagens não demorarão tanto como esta,o motivo foi o qual acabei de lhes explicar.Bom,estarei devendo as respostas aos comentários do capitulo 1 também.Sorry,minha mãe quer que eu saia do PC cedo hoje,então não vai da ok?Mas eu adorei os comentários!Foram tantos no último capitulo!UAU!Vocês são realmente demais!Muito obrigada mesmo!Finish!Até o capitulo 3!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Capitulo 1

      E aqui estamos,3 anos depois da mudança.Incrível como 3 anos podem fazer uma grande diferença na vida de alguém.Ah,você não acredita?Então vou lhe contar tudo que aconteceu desde que cheguei em Londres.Depois de viver na Inglaterra por alguns meses,Portland se tornou um passado distante.Meus pais pareciam dois adolescentes que haviam descoberto o amor pela primeira vez.Até pararam de agir como dois loucos(Não era esse o termo?)e passaram a agir como pais normais.Ocupavam menos o nosso tempo(Os jantares em família tiveram fim,graças),passaram a sair mais,se divertir mais,meu pai passava quase o dia todo fora por causa do documentário do qual estava participando e mesmo assim, quando ele chegava em casa demonstrava um enorme sorriso no rosto,como se tivesse vindo de um SPA ou algo parecido.Minha mãe como publicitária estava sempre ocupada,porém conseguiu arrumar algum tempo para se dedicar à pintura paisagista que sempre foi seu passatempo favorito(Eu não sabia disso, mas por favor,dê um desconto,ela ficava mais ocupada bancando uma terapeuta do que uma mãe,sim outra novidade,chamo ela de mãe agora,soou tão estranho pra você quanto para mim?).Nem acredito no que vou dizer mas,até meu irmão mudou(Ele realmente estava precisando de um pouco de cultura e disciplina).Se dedicou no tempo livre à um curso de francês,não acreditei quando ele contou porém naquele mesmo dia o ouvi estudando no quarto,seu sotaque não era dos piores.Mas então fica a questão: Já falei sobre minha mãe ter mudado,meu pai e meu irmão,mas e quanto à mim?Devo dizer que sim. Muito na verdade.Agora com 17 anos me sentia mais madura em muitos aspectos(Tudo bem,isso não era uma grande mudança mas foi algo importante para mim).E apesar de estar morando em Londres à pouco tempo(Nem tão pouco assim),era como se tivesse vivido la desde o nascimento,conhecia todos os lugares possíveis da cidade,shoppings,bares,baladas,entre outros.E foi lá,também,que encontrei quem eu era,como se tivesse esperado por mim a vida toda e finalmente tivéssemos nos encontrado.A melhor Vanessa de todas,uma londrina de muita personalidade e estilo próprio.Uma espécie de garota boêmia e festeira,com roupas cheias de camadas,botas de amarrar de cano alto e jeans super descolados,tudo havia mudado de uma forma inesperada e ousada.Renovei totalmente meu guarda-roupa,foi um trato feito com minha mãe,uma espécie de ritual de passagem,da garota tímida e esquisita à uma nova totalmente destemida e original.Deixei meus cabelos crescerem um pouco mais,comecei com uma nova dieta balanceada e corridas matinais.E chega de timidez,no primeiro dia de aula,quase tendo um troço tomei coragem suficiente e conversei com algumas meninas,logo fiz amizades,foi bem mais fácil do que o esperado.Resolvi pegar mas leve na maquiagem,soltei meus cabelos negro-azulados e cacheados nas pontas(sempre recebi elogios deles,então resolvi arriscar),os resultados não demoraram a aparecer: Alguns meninos me olhavam intrigados e admirados ao mesmo tempo,mas disfarçavam rapidamente para que eu não percebesse.Era de se espantar como algumas mudanças pessoais faziam toda a diferença.Recebia elogios do gênero:"Está linda hoje V",ou"O quê fez no cabelo?Está tão sedoso"ou até mesmo convites para um encontro.Foi lá também que eu me apaixonei,algumas vezes na verdade. Querem saber?E daí que os garotos de Portland não gostavam de mim?Os londrinos,os ricos, cosmopolitas e fascinantes londrinos,gostavam.Conheci Andrew,assim que nos mudamos.Ele era DJ, tinha 19 anos,morava no que mais parecia uma casa do que um apartamento.Além de tudo,tinha a estrutura física mais linda que eu já tinha visto em toda a vida.Em um de nossos encontros,visitamos os gêiseres famosos habitados lá e assim que um jorro de água quente produziu uma enorme nuvem de vapor em volta de todos,ele me beijou.Depois dele,veio James,por alguma razão estranha ele adorava brincar com Catherine,minha gata de pelúcia.E falando nela,a minha querida confidente,que guardava muito mais segredos do que enchimento dentro dela,tinha deixado seu posto e se aposentado.Eu não atirei-a na lixeira ou dei a ninguém,pois ela era linda e bem trabalhada,além de ter me escutado por toda a vida,mas passei a deixá-la apenas como enfeite do quarto e não mais como amiga.Minha vida nunca havia sido tão maravilhosa,estava mais confiante,determinada,espontânea.O quê quero dizer na verdade é que passei a gostar de mim mesma.E se é arrogância admitir não me importo,eu era bonita.Só não tinha certeza...ou confiança suficiente para admitir.James já havia me dito enquanto estávamos juntos. 
 -Gosto de tudo em você.Sua vivacidade,seu jeitão de bailarina,seus cabelos negro-azulados e cacheados e lábios rosados,é a garota mas linda que conheci.- Me respondeu com ternura -Estávamos conversando sobre bobagens e brincando de "O quê você gosta mais?"quando ele disse isto.Foi o cara mais fofo com quem eu havia namorado.Não acreditei nas palavras até o momento,mas depois,mudei de ideia.Talvez eu estivesse bancando a líder de torcida fútil mas não podia negar o fato de que sentir-se bela  era uma auto-estima e tanto.Mas apesar de todas as coisas indescritíveis que aconteceram em minha vida,essa não foi a melhor parte da minha estadia em Londres.Querem ouvir um segredo?Foi numa tarde de sábado,provavelmente umas três horas.Eu estava na sala,lendo"A Muralha",um livro excelente,que falava um pouco mais sabre a queda do muro de Berlim e os acontecimentos que durante a sua existência ocorreram.De repente ouvi um enorme barulho das escadas,era o meu irmão,ele passou correndo pela sala,assustada perguntei o que se passava.
-Dormi um pouco e agora estou atrasado para o curso! -Me respondeu ofegante enquanto corria-
      Ele pegou seus tênis e voltou.Nunca imaginei que meu irmão pudesse se importar tanto com algo que não fosse esporte.Minha mãe entrou na sala com o celular na mão.
-David o quê ainda faz aqui?Me disse que tinha aula de francês hoje-Perguntou confusa.
-E tenho,mas acabei me atrasando,pode me levar? -Respondeu ele enquanto subia as escadas.
-Vanessa,querida? -A voz dela me fez parar de ler virar em sua direção - Você  pode levá-lo até o curso? 
      Deixei uma risadinha escarpar.
-Hum...mãe?Eu não tenho carteira de motorista.
-E daí?Você dirige o todos os fins de semana com seu pai. 
-Sim,mas vamos a uma rua pouco movimentada e sem fiscais.
-O curso não fica num local muito movimentado,o pior que pode acontecer é você atropelar um esquilo.
      Eu nada respondi,apenas a observei.Ela parecia exausta.
-Tudo bem. -Murmurei.
     Bem a tempo,pode-se dizer.David desceu apressado.
-Mãe,tudo pronto? -Perguntou ele.
-Hum...Vanessa vai te levar. -Mamãe respondeu.
-Eu gostaria de voltar inteiro se não se importa. -Respondeu desdenhando.
-Ele pode ir à pé. -Sentei novamente no sofá.
-Filha... -Disse mamãe com ternura.Revirei os olhos e levantei novamente.
-Mas uma gracinha e eu te abandono no meio da estrada.-Disse enraivecida.Ele sorriu.
     Peguei as chaves do carro e sentei no banco do motorista.David sentou ao meu lado.
-Respire fundo,mãos no volante e atenção na estrada. -Disse ele alfinetando-me.
     Poderia ter saído do carro e voltado a ler meu livro mas,já havia prometido para minha mãe que o levaria então apenas suspirei em resposta.Por todo o caminho ele tentou conversar comigo mas estava centrada demais na estrada para prestar a mínima atenção.Assim que chegamos,eu mau acabei de estacionar e ele abriu a porta e pulou do carro na mesma hora.
-Ei!Que horas devo te buscar? -Perguntei.
-Às seis. -Ele respondeu e subiu as escadas.
  Recostei-me no banco.Por entre as árvores era possível ver a University Brunel,uma das famosas faculdades de Londres.Na rua principal da Brunel,havia um bar,o Snooker's.Como sempre saía com as garotas da escola à noite,sabia aonde ficava quase que todos os lugares possíveis da cidade.Olhei para o relógio,ainda eram quatro e meia.Provavelmente já estava aberto.Eu poderia ir lá,comer alguma coisa e depois voltar,seria bem melhor do que voltar para casa e depois,novamente voltar para buscá-lo.Pensei por alguns instantes e então resolvi.Liguei as chaves e fui.O lugar cheirava a cerveja de trigo fresca, madeira antiga e cigarros franceses.Sentei em uma das cadeiras,eram do estilo grudadas à bancada.O cheiro de cerveja espalhada pelos lugares era um tanto nauseante.Talvez tivesse sido estupidez de minha parte ter ido até lá.Senti que ia vomitar.
-Está se sentindo bem?
   Olhei para o lado.A três bancos de distância havia um cara de cabelos loiros desgrenhados e com olhos azuis lindos.Estava bebendo devagar em seu pequeno copo.Franzi a testa.
-Sim,estou.Apenas meio cansada. -Quando comecei a falar,o mau-estar passou.
  Observei seu copo e curiosa perguntei o que era.
-Uísque. -Ele me respondeu-Quer um?
   Arregalei os olhos,jamais havia bebido nada além de um vinho tinto,mas não quis bancar a fraca no momento e aceitei.Ele chamou o barman e o mesmo trouxe um copo para mim.O homem me olhou intrigado(Talvez tivesse desconfiado da minha idade),mas mesmo assim deixou o drinque lá e voltou. Com nem um pouco de entusiasmo dei um gole no copo,engoli um pouco,o suficiente para na mesma hora cuspi tudo o que ainda me restava na boca(Minha nova personalidade que gostava de experimentar coisas novas foi longe demais).O cara com quem eu estava conversando tentou conter o riso.
-Ta bom,pelo jeito você não é de beber. -Ele afirmou.
-Não mesmo. -Respondi rindo.
    Ele se mudou para três bancos à frente,se aproximando de mim.Ele tinha mãos bonitas,com dedos longos e unhas um pouco roídas.
-Então,você é daqui mesmo?Ou está passando o ano fora de casa?-Ele perguntou.
-Bem,na verdade não.-Respondi.-Eu vim para Londres porq...o meu pai est... -O gosto da bebida ainda queimava por dentro de meu corpo,tentei não tossir tanto enquanto falava.- Sim,está sendo meu tempinho longe de casa -Deixei que ele pensasse o que quisesse.
-Imaginei que não,as garotas daqui já estão acostumadas a beber Amstel como se fosse água-Ele Respondeu.- Legal você  estar dando um tempo em Londres,aonde você morava antes disso?
-Em Oregon -Disse sem o menor entusiasmo. -Forcei um sorriso e acrescentei rapidamente-Mas gosto muito mais daqui.
     Ele concordou com a cabeça. 
-Passei um tempo em New York antes de voltar para Londres,era uma boa cidade mas também prefiro morar aqui. -Afirmou.
-Então,você estuda na Brunel? -Perguntei,ele parecia um pouco mais velho então não poderia estudar na minha escola e nem em nenhuma outra,além disso,eu provavelmente o teria visto.
-Acabei de me formar -Respondeu ele.- Falei com alguns amigos e eles me arranjaram um emprego.
      Uau.Eu não esperava que ele fosse formado.
-Vai fazer o quê?-Perguntei curiosa.
-Serei professor. -Ele respondeu.
-Acho que gostaria de ensinar,ou talvez escrever para o teatro -Afirmei interessada.
-Mesmo?Para o teatro? -Perguntou surpreso.
-Sim,nas horas vagas eu escrevo alguns textos curtos mas por enquanto é só pessoal. -Respondi.
-Estou impressionado. -Ele disse. 
-Por quê?  -Indaguei confusa.
-Eu tentei escrever mas não fui longe,se está escrevendo para si mesma é paixão pura.-Ele disse.
-Posso te mostrar alguma coisa outro dia,se quiser -Falei desconfiada de que ele estava mentindo.
-Claro.Parece estar voltada para escrita -Para minha surpresa ele confirmou com serenidade.
-Sim,mas...eu devo admitir que poderia ser professora também.Adoro literatura. -Falei alegre.
-É o que vou ensinar! -Respondeu entusiasmado.
   Ele terminou de tomar a bebida e então tirou as mãos do copo,sem querer,pôs a mão em minha perna.
Fiquei tão surpresa na hora que quase trago o pouco que tinha engolido da bebida para fora.Ele retirou a mão.Infelizmente não pude evitar e corei.
-Desculpe. -Ele falou de um jeito doce e encabulado- Ah,meu nome é Zackary.
-Vanessa -De repente o nome dele pareceu engraçado.Eu ri e acabei perdendo o equilíbrio.
-Opa!-Ele me segurou pouco antes de eu cair e me puxou para si.
    Pude notar que ele tinha braços fortes.E pelo modo como sua camisa polo justa estava esticada sobre o tórax,imaginei que ele estava no auge de sua forma física.De repente fiquei constrangida.Sentei novamente na cadeira e ri loucamente pela situação.Ele compartilhou sua risada comigo.Que sorriso! Depois de conversar por mais algum tempo percebemos que tínhamos igualmente adorado nadar nas águas cristalinas das fontes termais de Londres,assim como também tínhamos comparecido às grandes festas que lá tinham,o festival das luzes do norte e do sol da meia-noite,por exemplo.Os olhos de Zac (como ele pediu para ser chamado),brilhavam mais a cada instante.Eu queria muito perguntar se ele tinha namorada.Me sentia quente,e acreditem,tenho certeza que não era por causa da bebida.
-Eu...hum...tenho que ir ao banheiro. -Informei.
   Zac sorriu.
-Posso ir junto? -Ele perguntou.
    A pergunta parecia um tanto ousada mas não me importei.Eu estava mesmo interessada nele.Quase que a ponto de beijá-lo repentinamente.Além do mais,isso respondia a pergunta sobre a namorada.
-Quero dizer... -Ele coçou a nuca.- Isso foi um tanto ousado da minha parte? -Ele me olhou por sob as sobrancelhas franzidas.
     Minha cabeça estava a mil.Encontros com caras que eu mal conhecia nunca foram de meu hábito, mas talvez fosse da nova Vanessa.Afinal,eu não disse que queria uma transformação?Bom,sendo assim,a Vanessa londrina adoraria  aquela companhia.Levantei-me e peguei-o pela mão.Nos olhamos por todo o caminho até o banheiro feminino(Já era demais até para a Vanessa nova ir ao masculino)do Snooker's. Havia papel higiênico  jogado pelo chão,o cheiro da cerveja era mas forte lá,mas nenhum de nós dois reclamou ou se importou.Quando Zac me ergueu na pia e passou minhas pernas pela sua cintura,o único cheiro que senti foi o dele.Uma mistura de uísque,canela e suor.E nunca,nada fora tão maravilhoso.Ele me beijou com uma certa intensamente,retribuí da mesma forma e então continuamos,como se o ritmo fosse interminável,seus lábios carnudos eram macios e chamativos,além do charme inigualavelmente forte que ele provocava.Poderia ter ficado ali por toda a vida.Mas algo nos interrompeu.Meu celular vibrou,nós paramos e eu puxei meu blackberry do bolso.Tinha uma nova mensagem:


De:David
Para:Vanessa
Aonde vc ta???O curso já terminou faz uma hora!!!


    Arregalei os olhos...
-Meu Deus,o David! -Exclamei em voz alta.
    Saí apressadamente do banheiro,correndo em direção ao carro.Zac me puxou pelo braço.
-O quê houve?Algum problema?-Disse preocupado.
-Sim,eu sinto muito,vamos sair outro dia está bem?
  Fui até o carro,tirei uma caneta do porta-luvas e escrevi meu número em sua mão.
-Por favor,me liga amanhã,explicarei tudo a você.Prometo
-Mas... 
   Ele pronunciou alguma coisa,porém estava tão apressada em ir embora que não prestei atenção,já imaginava o quanto David iria reclamar aos nossos pais e como eu iria explicar à eles o "por quê" do atraso,já que minha mãe tinha dito para que eu ficasse lá esperando-o ou voltasse para casa. Provavelmente eu inventaria alguma coisa pelo caminho.Apesar dos pensamentos aflitos,eu estava apenas tentando convencer à mim mesma de que me importava.O que não era verdade.Eu não dava a mínima para os problemas que poderia enfrentar em casa,só pensava em Zac e em como seus lábios encaixavam-se perfeitamente nos meus,como seus olhos azuis eram brilhantes e em como eu havia ficado totalmente,completamente,apaixonada por ele.


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   Bom,gente,espero que tenham gostando do capitulo tanto quanto eu.Apesar de que eu simplesmente detestei a parte em que o celular tocou kkkk...(E fui eu que escrevi)...kkk Eu sei que muitas vão estranhar,já rolou o clima logo no primeiro capitulo,E QUE CLIMA!Mas é assim mesmo,ainda tem tanta coisa pra acontecer.Ah,tenho que informá-las que para entenderem o capitulo um terão que ter lido o prólogo (introdução),do contrário,ficarão boiando kkk.Pois é,espero ver bastante comentários,tinham 4 no último post pela  última vez que vi,então nesse vamos tentar aumentar ta?Divulguem o blog,por favor,eu também divulgarei o de quem pedir.Ah,vale lembrar que agora vão entrar em vigor duas regras:O leitoras Homenageadas(Postarei os detalhes na página depois) mas por agora posso dizer que vai funcionar assim,eu posto,a leitora que comentar por primeiro em 3 posts seguidos será nossa leitora homenageada entenderam?Pois assim saberei quem realmente ta ligada no blog.Eu sei que quem comentou no prólogo em primeiro lugar,pode ficar chateada,mas não seria justo,muitas ainda não conheciam o blog,eu avisei no post que ainda não estaria funcionando.Bom,agora  também entra a regra dos comentários,só posto depois de no mínimo,mais de 3 comentários ta bem?Estou adorando fazer histórias de novo kkk...mas bom,é isso por hoje,beijo grande no coração de cada uma.Adorei os comentários anteriores.Estou super agradecida.Espero continuar agradando à todas.Leitoras novas,não tenham medo de comentar,se não gostarem deixem sua opinião e eu farei o possível para melhorar.Fico por aqui mesmo,até o próximo capitulo.Amo todas vocês,até breve!




Respondendo aos comentários ~>


L♥:Larissa sua tonta!!!!Ha ha ha...sim baby,vc é a primeira,infelizmente no prólogo o leitoras não ta valendo buá...Mas se comentar por primeiro nesse aqui ficarei impressionada kkkk....bom,quanto ao que vc previu...que raiva!!!Acertou!!!  kkkkk...Ela realmente encontrou o cara e o agarrou... literalmente!!!! kkkk...quanto À sua carta para Hogwarts...meu pai!!!Eu ri tanto q vc nem imagina!!!! Adiós trouxas é???  kkkkkk adooorooo....espero seus comentários ultra hilários aki hj,beijos!!!


Evelly:Sério?Vc gostou?????Obrigada!!!Bom,vc pediu e aqui está o capitulo kkkkk,adorei seu comentário meu anjo,espero outro seu nesse tbm.Até o próximo 


Margarida Oliveira:Meu Deus,eu me achei "a tal" com seu comentário kkkkk,ele foi inspirador,sério,acho q vou burlar as regras e te por no leitoras kkkk brinks.Mas se comentar por primeiro nesse post e no outro poderá ser uma delas eeeeee...bom,só tenho a lhe agradecer,espero que tenha gostado do cap de hj!!!E espero tbm,outro de seus comentários inspiradores kkkk.Naum exagere muito ou o meu ego cresce e naum queremos outro big-bang no universo certo?Sou pouco exagerada kkkkk,beijos linda,tchau!!!




'Paula:AAAAAAAAAAAAAAAAAA
Linda!!!!!Eu sempre soube que era alguém difícil de ser esqueçida kkkkkkkkk
Bom,o q posso dizer se ñ OMG vc comentou!!! kkkkkkk UAU!!!!TOP????Naum exagerou não??? kkkkkk Bom metadinha aki está o capitulo.Gostou?Espero q sim,te adoro xiribinha (PODRE!!!)

bjks da bella q te ama,tchau fofa!!!Até o próximo post.



sexta-feira, 15 de julho de 2011

Prólogo

   Você já se sentiu deslocada?Eu já e devo dizer que não é uma das melhores sensações que nós,seres humanos,compartilhamos.Não que eu fosse fechada demais ou esquisita demais,apesar de saber que muitos de Portland High School me achavam estranha excêntrica.O problema é que quando se está no sétimo ano,qualquer passo em falso já lhe custa muito caro.Quanto à mim?Eu caminhava sobre passos escuros,sem direito a lanterna ou uma simples vela.Por quê?Agradeçam aos meus pais,que enfiaram em minha cabeça que eu era um indivíduo,não apenas parte de um rebanho e que por esse motivo deveria ser eu mesma.(Já deu pra perceber o estilo"psicólogo"dos meus pais certo?) Só havia um problema,eu não sabia quem era a tal Vanessa Anne Hudgens,sim,meu nome.Eu já havia tentando descobrir,procurando por diversas personalidades diferentes:patricinha,rebelde,punk,em uma das últimas tentativas tentei ser a típica garota de Portland;Que vestia camisas polo,andava de cavalo e usava bolsas coach satchel,que eram tudo o que os garotos procuravam.Mas tudo isto era um conjunto completo do que eu jamais poderia ou iria ser.Assim que entrava na escola um frio na barriga se alastrava sobre mim,parecia que todos em volta me observavam.Mãos suadas,tremedeira e gaguejo,um conjunto completo de pânico.E para completar meu dia esplêndido,ao chegar em casa,tínhamos os famosos jantares em família,onde minha mãe e meu pai ou Gina e Greg Hudgens (como eles gostavam de ser chamados já que todos naquela casa eram"iguais"),nos faziam sentar por um longo tempo para refletir e conversar sobre o dia um do outro(Minha família te assusta?Adoraria que dissesse sim,pois eu não seria mais a única).Apesar dos problemas diários,eu sempre dizia que estava tudo maravilhoso(Oquê?Eu deveria contar a eles?E encarar uma das sessões de terapia de família?Não,eu dispenso).E ainda tinha o meu querido irmão,David Clayton Hudgens, Ele só sabia falar de Basketball e o tanto de cestas que havia feito,literalmente só isso,às vezes eu ficava surda com toda aquela conversa,mas meus pais ficavam ouvindo tudo sem nem piscar,por mais tediante que fosse, afinal era um "grande erro" reprimir um adolescente(Começo a pensar se talvez eu não tenha vindo de um orfanato ou deixada na porta da frente.Sério,estaria tudo bem para mim).Mas pra falar a verdade,eu não sou totalmente livre disso tudo(Sim,vocês me pegaram.Oh,não).Ah,qual é?Eu tinha que herdar algo dos genes deles certo?Bom,a verdade é que em momentos aonde eu preciso desesperadamente de uma confidente,sempre recorro à Catherine minha gatinha de pelúcia.(Espero que não tenha soado boboca ou algo parecido).Mas eu não qualifico isso como loucura,afinal com uma vida dessas,qualquer pessoa,no caso,objeto,que possa te ouvir quando precisa,é lucro e eu definitivamente precisava.Meu pai havia comprado-a para mim enquanto estava em Boston,na Cuteness Filling,uma loja de bichinhos de pelúcia.Ela era pequena,seu pelo era roxo um tanto claro demais,tinha grandes olhos rosa púrpura, uma coleira azul-escuro em forma de fita,seu corpo e orelhas eram um pouco menores que a cabeça, patas cobertas com quatro sapatinhos da mesmo cor de sua coleira e um rabinho curto.Eu havia ficado um tanto intrigada com o presente no começo,mas depois resolvi dar uma chance e acabei tornando-a uma companheira fiel.Ela sabia todos os meus segredos,talvez,fosse a única que me conhecesse melhor que qualquer um,até mesmo melhor que meus pais(Devo me preocupar?).Eu à pedia conselhos amorosos,de moda e até de garotos,era algo surreal,parecia que éramos melhores amigas.Meu irmão por outro lado me chamava de doida e implicava o quanto podia comigo,ele sempre dizia que tinha uma grande repultação na escola e que eu como sua irmã estava difamando-a.Apesar de insuportável,ele tinha razão,percebia que quanto mais finjia amigos para ter com quem conversar,mas me excluía totalmente do mundo,trancando-me totalmente em minha própria concha.Na escola,quando haviam os famosos trabalhos em grupo,eu era a última a ser escolhida,aliás,se eu tinha algum grupo,era porque a professora insistia aos meus colegas de classe,dizendo que se ninguém me incluísse,ela mesma ia formar as equipes,o que para as "panelinhas" era tragicamente e definitivamente o fim do mundo.No almoço,eu sempre sentava em uma das últimas fileiras,sozinha,até tentei sentar perto do meu irmão e do resto do time dele (Deve ter sido um devaneio momentâneo),mas quando eles não faziam brincadeiras comigo,haviam as "deslumbrantes" conversas sobre as estratégias para o próximo jogo,passes que deveriam ser melhorados,treinos semanais,qual líder de torcida era mais gata e por aí vai.Na verdade,o único motivo de eu ter sentado lá algumas vezes foi para ter uma desculpa e poder ver Sean Faris.Capitão do time.Eu sei,que clichê,apaixonada pelo cara mais popular da escola.Pode até ser.Mas era também o clichê mas lindo que eu já tinha visto,dono de olhos castanhos claros,rosto perfeito,pele caucasiana rosada,cabelos curtos um tanto desgrenhados e músculos volumosos.Porém não se iludam,ele nem percebia minha existência,tanto é, que meu conto de fadas nem sequer teve chance de florescer.Uma vez até tentei uma abordagem direta, suando frio e me tremendo o máximo possível,eu criei coragem suficiente e perguntei se ele não queria ir ao cinema comigo.Ele me deu um fora, claro.Querem saber qual a pior parte?Eu não fiquei surpresa(Eu nunca disse que me acho uma Ugly Betty, mas não posso dizer que sou interessante).Mas sabe aqueles momentos da vida aonde você pensa que sabe tudo e descobre que não sabe de nada?Eu já me considero perita nesse tipo de coisa.Aconteceu tão de repente.Eu estava na escola,provavelmente eram os últimos tempos do dia,a classe inteira estava na biblioteca por causa de um trabalho de literatura.Eu pareceria mais estranha se dissesse que simplesmente amo a matéria?Eu adoro tudo que envolve escrita.Os lindos poemas escritos por mentes inspiradoras,as palavras cada uma especial de sua maneira,eu tinha um grande fascínio por tudo aquilo.Certas vezes eu também escrevo,uma frase,um pensamento,um refrão,mas por enquanto é pessoal.Talvez mostre alguma coisa outra hora.Nossa,como me distráio fácil.Aonde estávamos?Sim,como eu dizia estávamos lá por causa de um trabalho e de repente senti meu Blackberry vibrar. Retirei-o do bolso,havia uma mensagem da minha mãe:

De:Gina
Para:Vanessa
         Querida,venha para casa mais cedo hoje,Greg e eu precisamos falar com você sobre algo muito importante.Não esqueça de avisar o David.

     (Achou que eu estava brincando quando disse que para meus pais,todos eram iguais em casa e por isso não havia mãe,pai,filhos...???Bom,não era.)
   Eu fiquei imaginando tantas coisas sobre o que poderia ser o tal "assunto importante" que minha mã...Gina(Risos)havia mencionado.Era de se esperar que fosse algo sem importância mas minha mãe jamais mandara uma mensagem de texto pra mim,na verdade não imaginei que ela soubesse como fazer. Afinal ela quase não tinha tempo para bisbilhotar seu Treo e preferia coisas práticas,como ligação.Mas desta vez ela preferiu procurar as letrinhas chatas,digitar uma por uma e enviar.Talvez não conseguisse falar e se fosse esse o caso porquê?Resolvi parar de tentar adivinhar e me concentrar no trabalho,quanto antes terminasse e fosse para casa mas rápido saberia do que se tratava o assunto.Dito e feito,ainda bem que não tenho dificuldades para fazer sínteses,até porque,leio bastante.Um dos últimos que me lembro foi Orgulho e Preconceito.Ótimo livro.Acho que escrevi até mais do que o necessário mas  não tem problema,crédito extra,talvez.Entreguei a professora e corri em direção à quadra.Quando cheguei vi meu irmão correndo com a bola de basket (eu já deveria saber...),o treinador me viu e o chamou dedusindo que eu estava lá por causa dele.Ele correu em minha direção.
-O quê você quer?  -Disse num tom enraivecido.
-Oi pra você também.  
        Alguém tinha que demonstrar modos certo? 
-Tô esperando.-Retrucou ele.  
        Porquê eu ainda tento?
 -Mamãe e papai nos querem cedo em casa.-Falei seriamente.
-Agora temos horário pra chegar em casa?Gina e Greg querem ser pais normais?
      Eu não pude conter o riso.Apesar de muito chato,às vezes ele mostrava algo bom,pena que ele tenha que cavar muito fundo para achar.
-Disseram que era um assunto importante. -Respondi por fim.
-Você não ta dizendo isso só porque ta com medo de ir pra casa sozinha não é? -Ele indagou.
-Não,tonto. -Era bom demais pra ser verdade- E é melhor você se trocar logo ou eu realmente vou embora sem você. -Disse esperando terminar com aquela conversa massante.
-Ta,espera só um pouco. -Ele afastou-se.
      Ele foi até o treinador e pediu para sair cedo,então correu para o chuveiro.Depois de muito algum tempo(E dizem que nós demoramos no banho),ele voltou.
-Pensei que não vinha hoje. -Disse alfinetando-o.
-Tinha muita gente lá. -Ele respondeu distraidamente.
-Ou você quis se arrumar para as líderes de torcida. -Disse alfinetando-o novamente.
-O quê?Não.E depois sou eu implico com você. -Disse ele quase rindo.
-Vingança não machuca. -Disse  fazendo-o rir.
-É,tudo bem.Vamos -Ele disse por fim.
   Depois de contar ao David um pouco mais detalhadamente o que a mensagem dizia,ele também ficou curioso para desocbrir do que se tratava e nós dois fomos apressadamente para casa.Assim que chegamos eu avistei minha mã...Gina...Ah,querem saber?minha MÃE e meu PAI,é o que são e pronto.Os dois nos pediram para sentar.Eu e David nos entreolhamos e fizemos o que pediram.Meu pai se levantou. 
-O quê vocês acham de ir para Londres? -Ele disse repentinamente.
-Como? -Tenho quase certeza de que eu e David indagamos ao mesmo tempo.Minha mãe levantou-se.
-Seu pai recebeu uma ótima oferta de emprego na Inglaterra e estamos pensando em aceitar.
-Sem nos consultar antes?Cadê os psicólogos dessa casa? -Disse David surpreso.
-Nada está decidido ainda.Para isso estamos tendo essa conversa. -Disse Greg. 
-Não,estão apenas nos comunicando.Eu não vou. -Respondeu- Tenho certeza que Vanessa também não quer ir certo V? -Ele virou-se na minha direção.
    Droga.E agora?Eu não quero ir?Como posso responder...é lógico que quero.Seria como um novo começo.Eu precisava muito disso,além disso Londres,meu Deus.Só posso dizer...quando faço as malas? 
-Bom,seria legal visitar a Europa. -Disse confusa e apreensiva.
-O quê?Como pode dizer isso? -David indagou novamente.Nossa mãe interrompeu.
-David,será uma ótima oportunidade para o seu pai.Sendo professor de história da arte ele foi convidado para ir a Londres e ajudar em um documentário muito importante  sobre a arte escandinava.Serão 3 anos excelentes.
-Espera você disse 3 anos?Vamos passar 3 anos fora? -Eu disse num tom de alegria e entusiasmo.
-Sim,esse é o período minímo devido ao grande número de área que deverá ser escavada para as pesquisas que serão feitas com os objetos encontrados. 
-Isso é terrível e quanto aos meus amigos? -David disse chocado. Eu já estava irritada.
-Fará muitos novos amigos em Londres,será ótimo para você. -Ela disse esperançosamente.
-Não quero novos amigos e nem nada novo,estou feliz aqui. -Ele respondeu furiosamente.
-Filho... -Mamãe tentou acalmá-lo mas ele não deixou.
-Manda o papai,ou Greg ou seja lá quem for mas vão sozinhos,eu não vou a lugar nenhum.
-David sua mãe e eu tentamos convecê-lo mas já que não há outra forma só a uma maneira justa, Vanessa o que você acha melhor?
      Como é?Eu?Por quê tinha que sobrar para mim?Droga,o que devo fazer?
-Por quê devo decidir? -Perguntei confusa.
-É a única que ainda não deu a opnião -Papai me respondeu com ternura. -Então o que acha melhor?
       Se pensasse mais iria explodir,então disse de uma vez. 
-Serão apenas 3 anos certo? -Disse sorrindo.
-Excelente-Disse papai.Mamãe também pareceu feliz com a notícia.Porém...
-Você estragou minha vida! -David levantou e subiu para o quarto.Eu ia atrás dele mas mamãe me impediu dizendo para deixá-lo um pouco sozinho.
    Depois de 6 semanas já estava tudo resolvido.Ao chegar no aeroporto mau pude acreditar,algumas vezes pensei estar sonhando.Mas era verdade,finalmente,adeus Portland...pelo menos por 3 anos...
 Tentei não olhar para David,sua expressão frustante me desanimava,mas precisava de um tempo fora,desde muitos meses vinha pensando nisso e é como dizem,quando a oportunidade bate à porta...E eu a agarreu com todas as forças.Na hora do check-in fiquei ainda mas emocionada,passei pela aeromoça,entreguei minha passagem,estava arrupiada (Não que eu nunca tenha viajado,mas era emocionante saber que não iria voltar,eu nem passei nos detalhes dos 3 anos,o que importava era que estava deixando Oregon).Entramos no avião,sentei-me em uma das poltronas.Pareciam tão confortáveis,depois de mas algum tempo,meus sonhos estavam nas alturas,o avião havia decolado, Portland ficava cada vez mas distante.Mas eu não esboçei expressão alguma,sentir falta de quê?Da escola?De lanchar sozinha?De Sean Faris?Não mesmo.Em tantas esperanças acabei adormecendo.  Então acordo com um barulho de campanhia,ao abrir os olhos ouço a voz de umas das aeromoçoas que estavam à bordo.
-Atenção senhores passageiros,estaremos sobrevoando o aeroporto de Londres em poucos minutos.
   
   ...Apesar de ainda sonolenta,ao ouvir a mensagem abri um sorriso,pequeno,mas que demonstrava algo maior que mil palavras...


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Gente!!!Esse na verdade deveria ser o capitulo 1 parte 1 mas eu decidi deixá-lo como prólogo.Então ele ficará como um  capitulo não-oficial!!!Espero que todas tenham gostado!!!Espero muitos comentários também ok?Trabalhei duro,por favor comentem.Haverá uma pequena regra aqui.Só posto depois de mais de 3 comentários,mas como ainda não houve divulgações do blog,esse post não está incluído.Mais uma coisa.O leitoras homenageadas também só entrará em vigor no próximo post.Obrigada por tudo.


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Respondendo aos comentários ~>

L♥:Vc ainda não viu nada amore...kkkkk....espero seu comentário nesse post Bjks.

Mayara:Minha linda!!!!Thank you very much!!!!Beijinho fofa espero seu comentário aki ok? Tchau.